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Voz, Corpo e Mente


1 O templo humano

Se alguém lhe perguntar com que você canta, certamente você dirá que é com a boca. De fato a indagação é pertinente, pois, não cantamos apenas com a boca, mas com o corpo e a mente.

Isso quer dizer que precisamos de uma boa condição física (não se está falando dos músculos de Silvester Stallone ou a cintura de Giselle Bünchen) e muita concentração (quem sabe até igual a de um monge).

O bom estado do corpo é imprescindível para uma performance satisfatória. Não apenas da garganta, mas todo o templo humano. A começar pela postura. A coluna reta é uma exigência elementar. Um grande número de músculos interage quando falamos ou cantamos. É preciso que eles tenham sido preparados para um funcionamento extenso. Por esta razão nós adotaremos alguns exercícios físicos para aquecimento muscular. Não desconsidere essa prática sob pena de provocar tensão muscular e limitar seu rendimento.

Não é à toa que se ouve dizer que “o homem canta com a alma”. A concentração é uma espécie de veneração, uma expressão sentimental. Difícil imaginar alguém cantar sem emoção ou prazer. Com efeito, devemos estar envolvidos com o canto assim como o ator está para o personagem que representa.

A nossa afinação depende muito dessa concentração.


2 O canal vocal

Vamos viajar um pouco na teoria cientifica e saber sobre o canal vocal. O som produzido é exteriorizado pela boca e ainda pelo nariz – sim, pelo nariz. O som é produzido e qualificado por uma série de elementos em nosso corpo.

O ar da nossa respiração é uma espécie de matéria-prima. É ele que ecoa nossa voz através do esforço de alguns de nossos órgãos (diafragma, pulmões, cordas vocais...). Para que tudo isso saia perfeito, necessário se faz que os órgãos estejam com saúde.

É recomendável que se cante em pé e com a cabeça levemente erguida. A explicação é que assim o diafragma trabalha melhor, ou seja, acomoda mais e melhor, o oxigênio, além do som, sai reto pelo canal da garganta. Você já reparou isso nos corais?


3 Respiração correta

Quem não ouviu aquela citação clássica de marcha “Barriga pra dentro e peito pra fora” na hora de respirar? Aí está o mal-entendido. Na hora de inspirar (receber o ar) o sujeito estufa o peito e espreme as tripas fazendo com que o diafragma se retraia impedindo que o oxigênio entre tranquilamente. E depois para expirar (soltar o ar) que mal entrou, ele incha a barriga de nada – sem contar a careta que faz.

A forma correta de trabalhar a respiração é receber o ar (de preferência pelo nariz) em boa quantidade. Na hora de soltar o ar, use o nariz (e, eventualmente, a boca quando for cantar).

O diafragma é um grande auxiliar para a respiração. Trata-se de um músculo localizado próximo ao abdome que se estica e encolhe conforme nossos impulsos. Ao relaxar, ele abre a caixa torácica para guardar o ar e a fecha ao se encolher. O diafragma também movimenta os pulmões, que por sua vez eliminam o gás carbono do corpo junto com o ar. Na verdade, quando inchamos ou retraímos a barriga por própria vontade, é com ele com quem trabalhamos.

Portanto, na hora de inspirar, relaxe o diafragma para receber bem o oxigênio e o encolha para expirar o ar velho.


4 Cadê o gogó?

E tem gente que acha que não tem gogó. O que ocorre é que a garganta é um dos mais sensíveis lugares do corpo humano. É assim por que respiramos e ingerimos comida e bebida – nem sempre com a qualidade desejada.

Desta feita, a qualidade do som dependerá bastante da condição física do seu gogó.

Cordas vocais são membranas (tecidos que envolvem os órgãos) sustentadas pela laringe, que vibram e produzem e qualificam os sons no ato da expiração. São elas que determinam o seu timbre vocal e a variação dos tons entre grave (grosso) e agudo (fino).

Também os movimentos da faringe, língua e da boca dão características aos sons. É preciso, portanto, ter um certo domínio sobre elas.


Cuide bem do seu gogó:


· Evite álcool para não ressecar os órgãos. · Fuja de comidas ou bebidas muito quentes ou estupidamente geladas. Há um limite de temperatura aceitável. · Cigarro é inadmissível. · Acidez dos alimentos pode prejudicar a parte bucal. · Não grite jamais. A vibração desordenada das cordas vocais danifica seu potencial. · Mantenha sua boca sempre hidratada. A sede faz estragos. · A ingestão de bons alimentos (especialmente frutas) ajuda a conservação bucal. · Um gargarejo de água e sal (uma pitadinha de nada) regularmente funciona como soro. Atenção; nada de sal em excesso, conhaque ou vinagre.


5 Se liga nessa

O grande maestro do nosso corpo é o cérebro e dele parte todos os impulsos (ordens) a serem obedecidos pelos órgãos. Conclusão, o estado de espírito é fator determinante na hora de soltar a voz. Então, você terá dificuldades em entrar no palco sabendo que seu cunhado bateu com seu carro. Do mesmo modo, não faria melhor se soubesse que acertou o grande prêmio da mega-sena (e quem iria ao palco depois de um prêmio desses?).

Como já dissemos, a concentração define a afinação. Isso porque a distração faz o cérebro perder o controle da vibração das cordas vocais – que é coisa muito sensível. Além do mais, se as cordas não forem bem adestradas não produzem o som esperado. Por isso que tem gente que não tem afinação; não tem controle sobre os órgãos.

Se você é um deles e quando quer cantar um “A” sai um “Ô”, esqueça seu passado e se prepare para sua nova carreira.


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